terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O nosso Pobre Governo e a Moral do Futuro

Oh, lecas, tu queres lá ver que... o Coelho é um novo messias...


O nosso governo é, de facto, uma vítima dos interesses instalados. Quando chegou ao poder já tinha uma corja de interesses instalados em cada esquina. Por todo o lado estes interesses impedem o desenvolvimento da economia, impedem que o governo e os agentes económicos se entreguem ao bom funcionamento das instituições e dos mercados.

Por isso nos encontramos na situação em que nos encontramos. A culpa não pode ser apontada ao governo. Mas sim aos interesses. Esses interesses são os interesses dos portugueses que insistem na ideia egocêntrica de que têm direitos, e parecem acreditar que a sociedade foi criada para benefício deles. As pessoas têm esta vontade perversa de querer ser alguma coisa importante. Mas assim não se vai a lado nenhum. Enquanto as pessoas não deitarem de lado os seus interesses, a economia não progredirá!

Na verdade, o nosso governo tem sido uma espécie de messias. Veja-se bem como no Novo Testamento Jesus tem o cuidado de se dar com pessoas da pior espécie, desde ladrões a prostitutas. O nosso governo é o mais cristão da cristandade. Não só se dá, contra todas as más línguas, com ladrões, como tem como membros ladrões que, noutros países, como a Alemanha ou a Grécia, talvez estivessem condenados pela justiça. O governo é uma lição de ética e devíamos estar-lhe agradecidos pelos seus bons hábitos de convivência com gente da pior espécie. Mas não é tudo. O nosso governo é muito mais visionário do que o pobre Jesus. Jesus foi pouco revolucionário, porque não foi suficientemente longe. Dava-se com malandros mas mudava-lhes os padrões. Pegava numa prostituta a tornava-a santa. Pegava num ladrão e tornava-o um mãos largas. Ora, isto só revela as suas más intenções ocultas. Jesus só se aproximava dos ladrões para os corromper, o que revela bem quão torcida era a sua intenção, má desde início. O nosso governo é, neste aspecto, muito mais messiânico. Não só se dá com ladrões como os aceita tal como eles são. Não os muda noutra coisa, não lhes corrompe a natureza. Se eles são ladrões, que o sejam, perdoa-lhes os milhões que deslocaram sabe-se lá como para ilhas distantes. E mais, perdoa-lhes os erros que fizeram na gestão deste ou daquele banco, porque o humano é precisamente aquele que erra. O nosso governo compreende muito bem o erro, não só perdoa ao ladrão, como lhes dá facilidades e os incentiva a continuarem a ser ladrões, porque cada um é como é! Grande sabedoria a do nosso governo, e grande lição de moral: façamos todos como faz o nosso governo, perdoemos-lhe os dislates, os abusos! A grande consciência é a que perdoa, a que não só tolera, como ainda incentiva, não à santidade, mas à ladroagem. Abominemos esses jesuses que vão até ao ladrão para o corromper. Admiremos o governo que abraça o ladrão e o acolhe à sua mesa.

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